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Exposição imparcial dos fatos
Enquanto governo Lula está em conflito com Hugo Motta, Arthur Lira dá uma mãozinha ao Planalto


Ex-presidente da Câmara acertou com equipe econômica adiar relatório da isenção do IR até que o clima melhore. No dia da derrota do governo no plenário da Câmara dos Deputados, o ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) esteve na votação.
Circulando pelo plenário, ele fez dois movimentos que foram na direção de ajudar o Palácio do Planalto:
evitou que deputados aprovassem naquele dia uma proposta de conceder isenção de Imposto de Renda (IR) para mães solo que ganham até R$ 5 mil;
acertou com a equipe econômica adiar o relatório da isenção do Imposto de Renda até esperar o clima se acalmar.
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Num canto do plenário, próximo das escadas que levam até a mesa da Câmara, Arthur Lira argumentava com deputados que, se a ideia de isentar mães solos de IR fosse colocada em votação, naquele clima ruim para o governo, seria aprovada com facilidade.
“Mas aí não vamos aprovar a contrapartida, será ilegal”, buscava convencer, com sucesso, os deputados a desistissem da medida.
Ao mesmo tempo, ele comentava com aliados que estava, há pouco, reunido com a equipe econômica no andar de baixo fechando o projeto de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
“Eu disse a eles que era melhor esperar um pouco mais, neste clima o relatório não seria bem debatido e pode prejudicar, em vez de ajudar”, afirmou Arthur Lira a interlocutores no plenário da Câmara dos Deputados.
Questionado se ele estava dando uma mãozinha ao governo Lula, ele sorriu e disse que estava buscando criar um clima tranquilo para a votação do seu relatório sobre a isenção de Imposto de Renda para quem ganha R$ 5 mil.
Principal aposta do presidente Lula para vitaminar sua campanha eleitoral no ano que vem, a proposta tem como relator o ex-presidente da Câmara dos Deputados, que hoje tem sido elogiado por auxiliares de Lula.
“Quando ele dizia não, era não, quando ele dizia sim, era sim, o jogo era pesado, mas era claro e ele cumpria acordos”, diz um líder petista, alfinetando o atual presidente da Casa, Hugo Motta, que impôs a maior derrota ao governo até hoje ao derrubar o decreto que eleva o IOF.
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Mário Agra/Câmara dos Deputados
O que diz o texto?
O projeto, de autoria do governo Lula, prevê a isenção total do imposto para quem ganha até R$ 5 mil por mês, ou R$ 60 mil por ano.
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Para compensar essa arrecadação, o governo propõe uma taxação adicional sobre quem ganha mais de R$ 50 mil mensais, o equivalente a R$ 600 mil por ano. Isso também vai depender de um aval do Congresso e não entra em vigor em 2025.
Esta é uma das promessas de campanha do presidente da República e uma das apostas do governo para aumentar a popularidade do governo.
Quem ganha entre R$ 7 mil e R$ 50 mil mensais continuará seguindo a tabela do Imposto de Renda nos moldes atuais. Ou seja, não terá direito aos novos benefícios – mas também não será alvo da taxação adicional.
Durante as discussões na comissão especial, no entanto, o texto poderá receber emendas e ser alterado pelo relator antes de seguir para o plenário.

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