Lula pede levantamento atualizado das riquezas minerais do Brasil após EUA demonstrarem interesse por minerais críticos

Lula pede levantamento atualizado das riquezas minerais do Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (28) que solicitou ao seu governo um levantamento atualizado de todas as riquezas do solo e subsolo brasileiros.
Segundo Lula, apenas 30% do potencial mineral do Brasil já foi monitorado. O levantamento será feito, ainda de acordo com o presidente, por meio de uma parceria, a partir da criação de uma comissão “ultraespecial”.
“Agora inventaram uma nova coisa chamada ‘minerais críticos’ […].O pessoal fala ‘terra rara’. Tudo isso é coisa nova. Se para um geólogo era coisa antiga, para nós, normais do planeta terra, tudo isso é novidade”, disse.
“Esses dias li uma matéria que os EUA tem interesse nos minerais críticos do Brasil. Ora, se eu se eu nem conheço esse mineral e ele já é crítico, eu vou pegar ele para mim. Por que eu vou deixar para outro pegar?”, prosseguiu.
Segundo Lula, a produção mineral brasileira poderá ser utilizada para que o país deixe de ser um país “em vias de desenvolvimento”.
“Temos que dar autorização para as empresas pesquisarem sob o nosso controle. Hora que a gente der autorização e a empresa achar, ela não pode vender sem conversar com o governo. E muito menos vender a área que tem o minério, porque aquilo é nosso. Aquilo é de uma pessoa chamada ‘povo brasileiro’. E o povo brasileiro tem que ter direito de usufruir dessa riqueza”, justificou Lula.
O Brasil tem grande concentração de minerais críticos
Interesse dos EUA
O anúncio foi feito enquanto o presidente falava do interesse demonstrado pelos Estados Unidos na produção de minerais críticos no Brasil.
O encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, apontou, em mais de uma ocasião, o interesse dos EUA nos minerais brasileiros.
O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, também falou sobre o interesse americano na semana passada.
Lula voltou a afirmar — como tem feito nos últimos dias diante das ameaças de taxação por parte do presidente norte-americano, Donald Trump — que está aberto a negociações com parceiros internacionais.
“Temos que acreditar em nós e fazermos com que as outras pessoas acreditem em nós”, pontuou.
“Eu espero que o presidente dos EUA reflita a importância do Brasil e resolva fazer aquilo que no mundo civilizado a gente faz: tem divergência, senta em uma mesa, coloca a divergência de lado e tenta resolver”, ponderou Lula sobre Trump.
A taxa de 50% anunciada pelos EUA está prevista para começar a ser aplicada em 1º de agosto.
Exploração de minerais de terras raras, usados na produção de bens de alta tecnologia, é alvo de uma corrida global
REUTERS